quarta-feira, 24 de março de 2010

Cortejo da Ebulição dos Libertos

Terra da Luz é mais do que uma referência ao forte sol do Ceará; é uma alusão ao feito histórico do estado que, quatro anos antes da Lei Áurea, aboliu a escravidão, em 25 de março de 1884.
Uma das figuras mais importantes deste momento foi Francisco José do Nascimento, o Dragão do Mar. O jangadeiro abolicionista liderou, em 1881, um movimento que se recusou a transportar escravos para dentro ou fora da província.
E é neste espírito que, na tarde do dia 28 de março, acontece o Cortejo da Ebulição dos Libertos, uma marcha dos grupos artísticos pelas ruas de Fortaleza.
No momento em que se espera consolidar o Programa Cultura Viva como uma política de estado, a Teia 2010 – Tambores Digitais terá um cortejo político-cultural. Como explica Alexandre Santini, dramaturgo e diretor de teatro, membro do Ponto de Cultura Tá na Rua (RJ) e consultor da Secretaria de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura (SCC/Minc).
Nós temos um movimento de emancipação. Emancipação é quando você se livra de condições que te subjulgam, que te prendem amarrado à impossibilidade. E o programa Cultura Viva e os Pontos de Cultura representaram novas possibilidades, múltiplas possibilidades para todos os que participam e até para outros que foram sendo envolvidos, foram sendo “enredados” nesta Teia e nesses pontos. Esse cortejo vem com bandeiras de luta e isso é o “reinventamento” da política; propõe uma nova forma de manifestação política.

A idéia do Cortejo surgiu com Chico Simões, coordenador-geral da Teia Brasília 2008. Como o evento naquele ano terminava no dia da Proclamação da República, grupos dos mais diversos se uniram e marcharam pedindo a Reproclamação da República pela Cultura. “Foi tão bom que agora virou uma tradição da Teia, que é uma tradição das festas populares. Toda festa popular tradicional tem um cortejo. E a Teia incorporar isso no seu formato, na sua concepção de programação é muito positivo”, conta Santini.
Para ele, o Cortejo é um “teatro andante”, onde todo mundo participa. E essa concepção tem tudo a ver com a Teia, “de mostrar e se mostrar, que é uma característica desse movimento”.

Nenhum comentário: